Crise de confiança no seio da Frelimo: repressão a opositores pode intensificar descontentamento popular

 


Crise de confiança no seio da Frelimo: repressão a opositores pode intensificar descontentamento popular


Maputo – Julho de 2025

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) enfrenta uma crescente onda de críticas internas e externas, acusada de perder o rumo e recorrer a medidas repressivas como estratégia para manter-se no poder. A recente detenção e tentativa de descredibilização de figuras da oposição, como Venâncio Mondlane, é vista por analistas e pela sociedade civil como um sinal de desespero e fragilidade do partido no poder.


Para muitos, Mondlane é mais do que um político; é um reflexo das falhas sistémicas que afetam o país. O seu surgimento como figura popular é associado à exclusão social, ao desemprego juvenil em massa e à pobreza que assola grande parte da população. “Venâncio é fruto de uma juventude cansada de promessas e sem oportunidades reais”, dizem alguns cidadãos.


Especialistas alertam que medidas como prisões arbitrárias, perseguições políticas e a repressão de protestos pacíficos podem acender ainda mais o sentimento de revolta entre os moçambicanos. “A tentativa de silenciar a oposição não resolve os problemas que deram origem ao seu crescimento. Pelo contrário, pode gerar ainda mais resistência”, observam.


A repressão de manifestações recentes, que resultou na morte de centenas de civis e na detenção de inúmeros jovens, está a ser duramente criticada. Muitos questionam se o governo acredita realmente que esses jovens retornarão às suas casas como se nada tivesse acontecido. “Eles são produto de uma revolução em gestação”, afirmam ativistas.


A tensão social e política está a atingir níveis críticos, e há quem diga que Moçambique vive um momento de viragem, onde a repressão já não garante o silêncio, e a semente do descontentamento está lançada.

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