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Daniel Chapo mobiliza Frelimo para futuras vitórias eleitorais e pede reflexão interna
Na abertura da IV sessão ordinária do Comité Central da Frelimo, realizada esta quinta-feira na Matola, arredores de Maputo, o presidente do partido e chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, apelou à mobilização desde já para garantir o sucesso nas eleições autárquicas de 2028 e gerais de 2029.
“Temos que pensar no futuro. A vitória organiza-se, a vitória prepara-se”, afirmou Chapo, sublinhando que a Frelimo deve manter-se à frente dos destinos do país, mesmo quando outras forças políticas ainda se concentram nos acontecimentos do passado.
Durante o discurso de abertura, o líder do partido defendeu uma análise profunda sobre o último processo eleitoral de 9 de outubro de 2024, marcado por protestos contestando os resultados — manifestações essas que resultaram em mais de 360 mortos, segundo dados oficiais. Chapo apontou fatores como a insatisfação popular com o desempenho do governo, a intolerância política e o distanciamento de dirigentes em relação às comunidades como elementos que devem ser repensados.
O presidente da Frelimo destacou ainda a necessidade de o partido recuperar a confiança da população, reforçando a democracia interna e incentivando o debate e a autocrítica entre os membros. “Devemos sair da zona de conforto, reconhecer falhas e definir estratégias para a nossa superação”, frisou.
Chapo também sublinhou a importância de reforçar a orientação ideológica dos membros do partido e levar às comunidades uma mensagem de reconciliação. Para ele, é fundamental combater narrativas de ódio que, segundo afirma, têm causado instabilidade social no país.
A IV sessão do Comité Central da Frelimo decorre até sábado na Escola Central do partido. Entre os temas em discussão estão os relatórios de gestão interna, o Plano de Atividades e Orçamento para 2025, além das propostas do Programa Quinquenal do Governo (2025–2029) e do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado para o próximo ano.
Esta reunião marca o reencontro dos membros do Comité Central após a eleição de Daniel Chapo como presidente do partido, em fevereiro, sucedendo a Filipe Nyusi. Na mesma ocasião, Chakil Aboobakar foi escolhido como secretário-geral.