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Polícia Impede Marcha Pacífica Contra Assassinatos em Maputo
Maputo, 19 de abril de 2025 — A tentativa de realização de uma marcha pacífica, organizada por jovens ativistas em protesto contra os assassinatos e sequestros em Moçambique, foi impedida hoje pelas autoridades policiais na Província de Maputo. A iniciativa, liderada por Clemente Carlos, um conhecido ativista e representante da juventude moçambicana, visava repudiar os recentes episódios de violência que têm alarmado a sociedade civil.
Segundo testemunhas no local, a manifestação foi travada por forças policiais que agiram com firmeza, apesar do direito constitucional à manifestação, consagrado no artigo 52 da Constituição da República. O ato visava denunciar o clima de insegurança e exigir responsabilização pelas mortes e perseguições políticas que continuam a marcar o cenário nacional.
Nos últimos dias, a opinião pública foi surpreendida pelas imagens de um encontro entre os líderes moçambicanos Venâncio Mondlane e Daniel Chapo. Para muitos, o gesto simbolizava uma possível reconciliação nacional e o início de um novo capítulo de paz, liberdade de expressão e estabilidade. No entanto, o recrudescimento da violência tem colocado em dúvida a sinceridade e os reais objetivos daquele aperto de mãos.
O atentado contra o artista Joel Amaral, conhecido como MC Trufafa, baleado por indivíduos não identificados há cinco dias, aumentou a tensão entre simpatizantes da oposição e do partido no poder, com trocas de acusações sobre a autoria do ataque. Enquanto a FRELIMO aponta figuras da oposição, outras vozes responsabilizam diretamente o partido governante.
A frustração entre os jovens e os ativistas cresce diante da falta de respostas concretas das autoridades. Para muitos, o silêncio e a repressão indicam não apenas a negação da liberdade de expressão, mas também a persistência de práticas que contrariam os princípios democráticos.
Enquanto a sociedade moçambicana clama por esclarecimentos e ações eficazes, cresce o ceticismo quanto à autenticidade das iniciativas políticas que se apresentam como símbolos de reconciliação nacional. A juventude, em particular, exige mais do que gestos simbólicos — quer segurança, justiça e liberdade reais.