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Novas tarifas dos EUA sobre países africanos revelam reposicionamento estratégico nas relações comerciais
A recente decisão dos Estados Unidos de impor tarifas significativas sobre produtos e serviços oriundos de diversos países africanos representa uma mudança expressiva na política comercial norte-americana. A medida afeta diretamente dezenas de nações do continente e pode gerar impactos econômicos relevantes para as economias locais, muitas das quais já enfrentam desafios estruturais.
Os países mais duramente atingidos incluem Lesoto, Madagascar, Maurício, Botsuana, Angola, Líbia e África do Sul, com tarifas que ultrapassam os 30% e chegam a até 50%. Esses percentuais não apenas elevam o custo de exportação para o mercado americano, como também colocam em risco a competitividade desses países em setores estratégicos.
Mesmo entre os que enfrentarão tarifas consideradas “moderadas”, como Nigéria, Guiné Equatorial e República Democrática do Congo, o impacto pode ser profundo, sobretudo para economias dependentes de poucos parceiros comerciais. Além disso, 34 nações africanas terão uma tarifa fixa de 10% aplicada sobre todas as suas exportações aos EUA — um percentual que, embora menor, ainda compromete margens comerciais e acordos bilaterais anteriores.
Essa mudança sinaliza um possível realinhamento da política externa dos EUA com relação ao continente africano, possivelmente motivado por interesses geopolíticos, competição comercial com a China e questões de segurança estratégica. No entanto, críticos apontam que a medida pode desestimular o desenvolvimento de economias emergentes e aprofundar desigualdades globais, contrariando o discurso de apoio ao crescimento sustentável na África.
Se por um lado Washington busca proteger seu mercado interno e reavaliar suas prioridades comerciais, por outro, países africanos podem se ver forçados a diversificar suas parcerias e investir em blocos comerciais alternativos, como BRICS e União Africana, como forma de mitigar os danos causados por essas novas tarifas.