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Moçambique em Crise Pós-Eleitoral sem Precedentes
Entre Discursos de Paz e Assassinatos Políticos
Moçambique continua imerso em uma crise pós-eleitoral sem precedentes, marcada por protestos nas principais cidades e pela violência estatal contra cidadãos. Apesar dos apelos à paz e estabilidade, incluindo declarações do Presidente da República, Daniel Chapo, e do seu governo, os acontecimentos no terreno contradizem esse discurso.
Desde o início da crise, em 19 de outubro de 2024, desencadeada por denúncias de fraude eleitoral, o Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) já contabilizou 362 mortes entre 617 notificações. Destas, 47 vítimas eram apoiantes do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, principal opositor do regime.
Acredita-se que o número real de vítimas possa ser ainda maior. A natureza das execuções reforça a suspeita de envolvimento dos chamados "esquadrões da morte", uma força especial ligada à segurança do Estado. O CDD alerta que a escalada de assassinatos pode inflamar ainda mais os ânimos, dificultando os esforços de pacificação e agravando os impactos sociais e econômicos da crise.